quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quem foi José Olympio Pereira Filho?

J. O. - Um menino de Batatais

José Olympio Pereira Filho nasceu em Batatais em 10 de dezembro de 1.902, filho do Major José Olympio Pereira e Rita Junqueira de Oliveira Pereira. Era o segundo filho de uma família de oito irmãos.
Batatais naquele tempo tinha mais ou menos 19.500 habitantes e vivia da economia cafeeira com suas grandes plantações de café que perdiam-se de vista, seus prados e ribeirões.
Dos tempos de infância guarda eternas lembranças, principalmente das brincadeiras da época, coisas que hoje os meninos já não fazem mais, como por exemplo: Pescar bagres no Tomba Carro; Colher frutas nos pomares da cidade; Caçar bicudos; Colher gabirobas nos campos; Tomar banho de ribeirão; Passear em torno do Coreto da Praça; Jogar bolinhas de gude; Ouvir a banda tocar na Praça.
Em julho de 1918, aos 16 anos, o jovem José Olympio, deixa Batatais e parte no trem da Mogiana rumo a São Paulo. No trem que o levava a capital, quanta expectativa no jovem que deixa Batatais, pensando em estudar direito para voltar a sua terra natal como promotor público ou juiz de direito.
José na bagagem levava consigo as pessoas queridas que aqui ficavam: os avós Daniel e Helena, padre Joaquim, o professor Soares do Colégio Soares, o maestro Ovídio Tristão de Lima, o Coronel Gabriel de Andrade Junqueira, Dr. Barros, o Zezé Arantes da Tipografia Minerva, o Menezes da Telefônica, a carona nos carros de praça até a estação para ver o trem passar, os apetitosos e cheirosos bolos e pães de Dona Rita sua mãe.
Com a ajuda do padrinho, o governador Altino Arantes, conseguiu trabalho na Casa Garraux. Seu trabalho na Casa era: abrir caixotes de livros, limpar as estantes e arrumar os livros em ordem. Trabalhava das sete da manhã as sete da noite, com um intervalo de uma hora para jantar e trabalhava-se depois até as dez ou onze horas da noite. inclusive aos sábados e domingos de manhã.
Este emprego mudaria completamente a sua vida e o mercado editorial brasileiro.Designado para a seção de livros, conheceu toda a intelectualidade da época - Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, entre outros - e acabou se apaixonando pela atividade. Em 1931, comprou o acervo do escritor e jurista Alfredo Pujol e fundou a Livraria José Olympio Editora, que viria a transformar-se em ponto de encontro de políticos e intelectuais.Nas décadas de 1940 e 1950 José Olympio tornou-se o maior editor de livros da literatura brasileira, publicando cerca de 2.000 títulos com aproximadamente 5.000 edições.José Olympio recebeu várias condecorações, medalhas e homenagens que mostram todo o valor de um homem, que a vida toda lutou, trabalhou, viveu e amou a cultura brasileira.
Na manhã de quinta feira 03 de maio de 1990, estava tranqüilo, lera os jornais do dia e se mostrava alegre, era dia de posse na Academia Brasileira de Letras de sua amiga Nélida Piñon, que iria suceder a Aurélio Buarque de Hollanda.
Durante o almoço por volta das 12:30 horas, passa mal e falece de fibrilação cardíaca em seu apartamento à Rua da Glória,122, no Rio de Janeiro, local onde morou por mais de 40 anos.
Diversas homenagens foram prestadas ao Editor José Olympio, que sempre trouxe no coração o respeito e o carinho pela terra em que nasceu. O homem que com seu trabalho perpetuou ideias e contradições de toda uma geração de escritores, José Olympio Pereira Filho, o menino que deixara Batatais para mais tarde, se tornar “O Pai dos editores de livros do Brasil”.Fontes: http://www.amigosdolivro.com.br/

Pesquisar este blog